No começo é puro amor. Expectativas lá em cima, otimismo, planos, tudo do melhor, felicidade.... Aí chegam orçamentos, começa a obra e se descobre um pilar, um vazamento, um problema que custa caro resolver... O que era sonho vira pesadelo. O amor desaparece.
Além dos perrengues naturais de obra, tem mais uma coisa que costuma acontecer, e ser problema nessa relação arquiteto-cliente.
No início é tudo muito intenso. São várias reuniões. Apresentação do escritório e arquitetos, apresentação de proposta, assinatura de contrato, reunião de briefing, levantamento, alinhamento de referências, aprovação de moodboard, aprovação de layout.... Tudo com intervalo curto entre os encontros e muita carga emocional.
Aprovada essa primeira e intensa etapa, arquitetos voltam para o escritório e precisam produzir e precisam de tempo para isso.
E aí toda aquela emoção, se transforma em ansiedade pelo cliente. Claro. Ele estava acostumado com um ritmo, do nada esse ritmo cessa. Parece que foi abandonado ou que os arquitetos não estão trabalhando no seu projeto. Mas, muito pelo contrário, os arquitetos estão trabalhando firme no desenvolvimento do projeto. Uma parte mais racional do que emocional, com muita técnica e muitos testes que não chegam até o cliente.
Se isso não for bem comunicado, se o cliente não souber o que está por vir, a dúvida vira ansiedade, gera perguntas, vira cobrança, se transforma em desconfiança, e a relação começa a ficar abalada.
Ou seja, com uma boa condução pelo arquiteto, conseguimos manter a boa relação. E essa comunicação só vai ser clara se o arquiteto tiver total domínio do seu processo de trabalho.
Se você é arquiteto e não se sente seguro sobre seu trabalho, dedique-se a entender seu processo de ponta a ponta. Identifique os gargalos, o que está sobrando, o que está faltando. Entenda o que o seu cliente precisa e como você é a solução para isso.
Processo alinhado, agora sim você está pronto para informa-lo ao cliente, inclusive contando que depois de tantos encontros, você vai precisar passar um tempo mais quietinho, que isso é normal e que o próximo encontro será na data X para tratar de assunto Y.
Formada em arquitetura e urbanismo, Luciana Mallet sempre se mostrou dedicada à produtividade, pessoas e estratégia e, após trabalhar na área, decidiu repensar o mercado em que iria atuar dentro da arquitetura. Com a realização de um MBA em Gestão, Empreendedorismo e Marketing pela PUCRS, Luciana pode utilizar seu conhecimento e experiência como arquiteta para apoiar e desenvolver outros profissionais da área com consultoria e com a mentoria do planejamento estratégico para pessoas e organizações. Atualmente, atende cerca de 70 clientes por ano, de todo Brasil, que buscam um bom início de carreira e consolidação no mercado.
Originalmente publicado em 12/07 em
e
Ficando na lista dos mais lidos.
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